O Corpo Coberto de Cores
imagens, sons e memórias de festas de cidades e de aldeias da Galícia
Quem leia os capítulos deste livro verá que, escritos por um antropólogo, eles não almejam ser uma rigorosa etnografia sobre alguns rituais religiosos da Galícia. o que escrevo aqui deve ser lido como crônicas-etnográficas assumidamente livres dos deveres textuais da ciência e da academia. Que eles valham como descrições entremeadas com narrativas e algumas imagens a cores ou em preto-e-branco.
Teorias e análises teóricas que povoaram o começo, o meio e o final de outros escritos meus, mal irão aparecer aqui. E quando alguma acaso emerja de uma página será apenas com o valor de um breve e quase dispensável comentário. De igual maneira, e também ao contrário do que escrevi em outros momentos, o recurso ao diálogo com autores e escritos de teoria antropológica ou mesmo de etnografias de Galícia e de seus rituais será bastante raro aqui.
leia maisEm meio a outras pesquisas junto a aldeias e pessoas de aldeias das cercanias de Santiago de Compostela, vivi a sós ou acompanhado de “gente de lá” momentos de feiras e festas, tanto na própria Santiago de Compostela quando em pequenas cidades e aldeias, sobretudo entre Brión e Negreira, onde situei o lugar de minhas pesquisas de campo. E, entre todos, a nunca esquecida Santa Maria de Ons e suas aldeias.
O corpo coberto de cores está dividido em duas partes. Uma delas dedicada a festas, rituais e acontecimentos – entre previstos e inesperados – vividos e aqui descritos por mim, durante uma Semana Santa e a Festa do Apóstolo, celebrada em julho de um já distante 1992.
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Uma segunda parte de O Corpo Coberto de Cores é dedicada a pequenas festas de aldeias galegas. Foi nelas que eu vivi a maior parte de meus dias de Galícia. E foi entre suas gentes e seus momentos de trabalho cotidiano ou de festas de calendário, que busquei mergulhar em uma “Galícia profunda”.
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